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DIA MUNDIAL DO DOADOR DE SANGUE – Professor Nilton: do medo de agulha à marca de 20 anos de prática deste ato solidário

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Por

Tatiana Milanez

Repórter

“Sei que vou ajudar alguém que está precisando, às vezes por conta de um acidente, às vezes por doença”. É dessa forma que o professor Nilton de Jesus Ribeiro, 43 anos, define a importância de realizar a doação de sangue, ato solidário que é celebrado neste sábado, 14 de junho, Dia Mundial do Doador de Sangue. Natural de Pedro Canário e atualmente morando em Nova Venécia, ele é um doador assíduo no Hemocentro de São Mateus desde dezembro de 2004.

Em entrevista à Rede TC de Comunicações, o educador lembra que tudo começou quando a irmã de um amigo precisou de sangue e ele foi doar. “Eu tinha 23 anos e medo de agulha. Superei o medo, gostei e já são 20 anos doando sangue, quatro vezes por ano, de forma voluntária para quem precisar” – afirma.

Na opinião do professor Nilton, doar sangue vale muito a pena. “É uma sensação boa, num mundo em que a gente se sente incapaz diante de tantas situações. Sentir que dá para fazer alguma coisa por alguém é gratificante – reforça.

Nilton salienta que o hábito influenciou o filho, Juan Ferreira Ribeiro, que, seguindo os os do pai, doou sangue pela primeira vez em 2020, apenas um dia após completar 16 anos – idade mínima para doação. “Ele também é doador voluntário até hoje”, frisa.

DOAR SANGUE SALVA VIDAS

Para as pessoas que nunca doaram sangue por conta de medo ou de falta de informação, o professor Nilton incentiva dando exemplo de que é possível superar o temor visando o bem maior, que é salvar vidas.

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“Tem que ir. No ato da doação percebemos que o medo é psicológico, porque a doação é tranquila. Eu tive que superar um trauma. Sofri um acidente quando tinha 10 anos e precisei tomar anestesia dentro do corte. Isso me traumatizou, mas na primeira vez que fui doar sangue entendi que não era o que eu pensava, porque não dói. Quem sentir medo pode ir que não vai doer” – reforça o professor.

 Campanha Junho Vermelho incentiva

 doação voluntária com ações no ES

Voltadas à valorização e incentivo à doação voluntária de sangue, as ações da campanha Junho Vermelho estão em andamento desde o início do mês no Espírito Santo e seguem, com o tema Compartilhe vida, doe sangue!, até o final de junho. A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) pontua que o objetivo é conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue e manter os estoques abastecidos durante todo o ano, especialmente no período de temperaturas mais baixas, quando, conforme a Sesa, há queda nos números de doações.

A Sesa salienta que a doação de sangue é essencial para o funcionamento dos hemocentros do Estado, pois dessa forma é possível garantir a continuidade dos atendimentos a pacientes que necessitam de transfusões nas unidades hospitalares. “O sangue é insubstituível e fundamental em diversos contextos, como cirurgias, tratamentos oncológicos, complicações obstétricas, doenças hematológicas e situações de urgência e emergência” – sustenta.

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De acordo com a Secretaria, atualmente os hemocentros enfrentam uma redução significativa no número de doadores, o que, segundo a Sesa, tem impactado diretamente os estoques.

REDUÇÃO NO

ESTOQUE

A Secretaria Estadual da Saúde salienta que, para manter os estoques de sangue em níveis adequados e atender à demanda constante dos hospitais, são necessários em média 120 doadores por dia. Detalha ainda que, no período de janeiro a dezembro de 2024, na rede Hemoes, foram registradas 49.697 doações efetivas de sangue no Espírito Santo, sendo 16.766 doações no período de janeiro a abril de 2024. Já no período de janeiro até abril de 2025, o número de doações de sangue corresponde a 15.450, ou seja, houve diminuição no comparativo dos primeiros meses do ano.

 

O PROCESSO DE DOAÇÃO

 

A Sesa detalha que na doação de sangue é retirado um volume entre 400 a 470 ml, através da inserção de uma agulha em um dos braços do doador. “A coleta é feita por equipe capacitada, garantindo a segurança e o bem-estar do voluntário”. A pasta reforça ainda que todo o ambiente destinado à doação é limpo e confortável, sendo utilizados materiais estéreis e descartáveis. Todo o processo da doação de sangue, como cadastro, pré-triagem, triagem clínica e doação leva em torno de 60 minutos, conforme a secretaria.

Já no procedimento de aférese [retirada do sangue total do doador, separação dos componentes por meio de centrifugação, retenção da parte desejada e retorno dos demais componentes do sangue para o doador] dura um pouco mais, cerca de 120 minutos.

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Hemocentro de

São Mateus

precisa de doações

e realiza ação hoje

 

No Hemocentro de São Mateus, os estoques de bolsas de sangue neste mês estão baixos, segundo a assistente social da regional do Hemoes, Janaina Trindade Damasceno. Em entrevista à TC, ela afirma que a unidade precisa de 25 doadores voluntários por dia para manter o estoque regulado. No entanto, acrescenta, “os números variam entre 13 e 18 doadores por dia, porém, em determinados dias da semana não am de cinco doações”.

“Estamos atendendo um sábado por mês no Hemocentro ou fazendo coletas fora de São Mateus também uma vez no mês. Neste sábado, Dia Mundial do Doador de Sangue, estaremos com umaequipe especialmente para atender aos doadores voluntários das 7h às 16h, com cadastro de doadores realizado até 15h20” – complementa Janaina.

As doações neste sábado serão realizadas por ordem de chegada. Janaina detalha que não é necessário fazer agendamento prévio.

QUEM PODE

E COMO DOAR 

 

  • Ter idade entre 16 e 69 anos;
  • Pesar acima de 50 kg;
  • Estar em boas condições de saúde;
  • Apresentar documento original com foto;
  • Não estar em jejum;
  • Aumentar a ingestão de líquidos no dia da doação;
  • Não consumir bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação;

Fonte: Hemoes

A exemplo do pai Nilton, doador desde 2004, Juan fez sua primeira coleta de sangue em 2020, um dia após completar 16 anos – idade mínima para doação voluntária de sangue no Brasil. Foto: Divulgação

 

Foto: Divulgação

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