sábado, junho 14, 2025
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Concílio de Nicéia

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Padre

Ernesto Ascione

A pregação apostólica e os mártires caracterizaram os primeiros três séculos da Igreja. O século IV–com o Édito de Constantino, em 313– viu, finalmente, a Igreja ser livre da perseguição do Império Romano. E, com a liberdade adquirida, muitas heresias encobertas pela perseguição começaram a pipocar, como o pelagianismo que negava a existência do pecado original; o macedonismo, a pessoa do Espírito Santo; o nestorianismo, a natureza humana em Cristo; o gnosticismo, a graça, como necessária para salvação e o arianismo –a pior de todas– que negava, em Cristo, a divindade, fundamento da fé cristã.

Ário (256-336), presbítero em Alexandria (Egito), afirmava: Jesus Cristo não era coeterno com Deus Pai; era, apenas, um filho –criado do nada, como todas as criaturas–, que lhe era submisso. “Só existe um Deus –ele afirmava– e Seu filho, Jesus, não é Deus. O Pai nem sempre foi pai: Ele se tornou pai, só depois de Jesus, o filho, ter recebido o batismo”. Afirmava, também: Maria é “Cristotókos” (Mãe do Cristo-homem) e não “TheotóKos” (Mãe do Cristo-Deus). Santo Atanásio (296-373), patriarca de Alexandria e Doutor da Igreja, combateu fortemente o arianismo, enfrentando, por amor à verdade, muitas perseguições, até mesmo um prolongado exílio.

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O Concílio de Nicéia foi o primeiro dos sete concílios ecumênicos da Igreja antiga. Em Nicéia, houve também um segundo Concílio (787) –o sétimo–, famoso por ter condenado a iconoclastia (a proibição das imagens). O imperador Constantino (por considerar-se imperador e também pontífice supremo da religião cristã) perante a questão religiosa, a respeito da divindade em Cristo, que estava dividindo o Império em duas facções, decidiu convocar um Concílio, em Nicéia, cidadezinha perto de Ánkara, capital da Turquia. Dois representantes do bispo de Roma presidiram o evento. Em junho de 325, na inauguração solene do Concílio, estavam presentes cerca de 300 bispos.

Por unanimidade, foi aprovada a palavra “homoousios”, com a qual se declarava Cristo em tudo igual ao Pai na divindade, isto é, Cristo tinha “a mesma substância” do Pai: Ele foi “gerado, não criado”. Somente Ário e dois bispos não am o documento final. O historiador, Eusébio de Cesaréia, conta que o próprio imperador, desde o início dos debates, recomendou que fosse inserida, na fórmula do Credo, a palavra “homoousios”. A comissão, encarregada da formulação final, se preocupou em encontrar palavras bíblicas para elucidarem o atributo filosófico “homoousios”, escolhido pelo Concílio para explicar a divindade em Cristo.

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“Jesus Cristo –diz Papa Francisco– é o protótipo do homem novo, chefe e modelo de uma nova humanidade, imagem visível do Deus invisível”. “Quem O segue torna-se mais homem, pois cresce em humanidade –afirma o Concilio Vaticano IIº–. Cristo é tão radical e totalmente homem que só podia ser Deus!”. irável Sua opção por ser pobre, de uma pobreza afetiva e efetiva, e por tomar o lado dos marginalizados daquela sociedade, piramidal-teocrática, excludente e opressora. Foi um profeta itinerante, testemunha da Verdade: lançou, no sulco da história humana, as sementes do Reino, cujo centro é o homem, e este, marginalizado e desfigurado.

Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano.

 

Foto do destaque: TC Digital/Divulgação

 

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